Rita Carmen Braga Lima

UMA VIDA DE ATIVIDADES DIVERSAS

:.: Edição 11 de abril de 2021 :.:
UMA VIDA DE ATIVIDADES DIVERSAS

Estamos vivendo um período de rememorações nesta coluna. A fase atual é a que aborda os trabalhadores civis da CER-3 e o que faziam nos seus lavores.

Para que tal acontecesse, fez-se necessária uma visita aos ex-integrantes da Comissão. Desta vez foi a um ícone daquela OM. Trata-se do sr. Carlos Cacho, homem que muito bem representa os servidores civis. Filho do sr. Reinaldo Cacho, que foi vigia na Comissão de Estradas, trouxe no sangue o traço do homem trabalhador. Nasceu na fazenda Morro Azul no dia 31 de março de 1931. Portanto, o homem lúcido e antenado com as coisas do século XXI fará 90 anos nos próximos dias.

Em 1951 serviu o Exército em Bela Vista, Casou-se em 1952 com dona Ramona Lescano Cacho. Seu Carlos fez de tudo um pouco na CER-3 foi motorista do caminhão aguateiro, que carregava água para a estrada. Desse trabalho passou a ajudante de pedreiro. Foi soldador, torneiro, ferreiro e auxiliar de topógrafo. Ajudou nas construções da igreja de Santo Antônio, do Esporte Clube Jardim e do Hospital Marechal Rondon. Como soldador remendava e construía peças que não haviam no mercado. Como ferreiro fazia ferramentas, parafusos, peças que faziam falta. Como torneiro diminuía peças, fazia roscas indispensáveis ao serviço.

Votou na primeira eleição ajudando a eleger Bernardino Machado da Silva. Contou-me, feliz da vida, que votou para vereador em Benedito Farias. Recebeu o título de cidadão jardinense do prefeito Engenheiro José Vicente de Sanctis Pires.

Lembra-se ainda dos seus companheiros de trabalho como quando de auxiliar de topógrafo dos senhores Roque Santos, Tarcísio Jacob, Hélio Campos. Dos ferreiros José Francisco da Silva Filho (o Zeca preto), Nestor Chaves e dos torneiros René Mougenot, Eraldo da Silva e Osvaldo da Silva. Seu Carlos Cacho aposentou-se como metalúrgico.

Seu Carlos Cacho foi a pessoa que tivemos a felicidade de entrevistar para falar do seu trabalho na CER-3. Homem que viu esta cidade nascer e crescer, que deu a sua vida pelo trabalho de abrir estradas para o engrandecimento do nosso país. Iniciou, com seus companheiros da CER-3, o primeiro contato para a Rota Bioceânica (nome modernizado para o que existia antes dos nossos nascimentos), que era o sonho dos brasileiros daqueles áureos tempos. A aspiração de ligar o Oceano Atlântico ao Pacífico, para o qual ainda estamos em caminho. Sonho que a CER-3, com seus servidores civis e militares começaram há tantos anos.

Tivemos a oportunidade e a graça de ver seu Carlos Cacho, exemplo de vida, de servidor da CER-3 que deixa a nós o legado de poder participar deste mundo.  Hoje já é o futuro.