Mato Grosso do Sul

Registro de internações por doenças respiratórias é quatro vezes maior durante incêndios no Pantanal

A fumaça que invade Corumbá desde o início dos incêndios no Pantanal virou rotina para os moradores, que precisaram se adaptar para sofrer menos danos neste período de clima extremamente seco agravado pelas queimadas.

Pesquisa divulgada em maio mostra que crianças e idosos que vivem no Pantanal são os que mais são internados por doenças respiratórias nesta época do ano, marcada pela estiagem e pelos incêndios florestais.

De acordo com o estudo, que avaliou série histórica de internações de 2003 a 2019, o número de idosos internados triplica durante este período. No caso das crianças, a taxa de incidência de internações é quatro vezes maior.

Períodos mais secos aumentam de 26% a 34% as internações hospitalares por doenças respiratórias como asma, bronquite ou infecções causadas pelos próprios incêndios. Em anos mais chuvosos, os pesquisadores notaram menos internações.

“O fogo dos incêndios emite fumaça com material particulado, um desses materiais é chamado de PM2.5; extremamente perigoso para a saúde humana, pois pode causar uma série de obstruções, irritação nos olhos, na garganta e no trato respiratório de forma geral”, explica a bióloga Camila Lorenz, pesquisadora da USP (Universidade de São Paulo).

O estudo analisou três grupos nos 17 municípios que fazem parte do Pantanal, em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso: a população em geral, crianças menores de 5 anos e idosos acima de 60 anos.

*Midiamax