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Mais da metade dos estados no país enfrentam o pior período de seca em 44 anos

Cidades sufocadas pelas queimadas e pela fumaça. Rios expostos e animais morrendo pela falta de água. O setor hidrelétrico em alerta devido à baixa nos reservatórios. O ar tão seco que é difícil respirar. Esse é o cenário causado pelo pior período seco já enfrentado por mais da metade do país nos últimos 40 anos, segundo levantamento exclusivo do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden).

Em Mato Grosso do Sul, 56 dos 79 municípios enfrentam seca extrema desde a chegada do fenômeno El Niño, neste ano.

Os índices de chuva foram zero nas estações de: Coxim, Pedro Gomes, Rio Verde de Mato Grosso, Chapadão do Sul, Cassilândia, Costa Rica, Camapuã, Sonora e Nhecolândia (região do Pantanal de Corumbá).

Das 27 unidades da federação, 16 estados e o Distrito Federal enfrentam a pior estiagem já vista no período de maio a agosto, desde os anos 1980.

Na lista estão, Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Piauí, Maranhão, Tocantins.

O Cemaden é ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) e é responsável pelo fornecimento de dados ao governo federal sobre o cenário. Ana Paula Cunha, especialista no monitoramento de secas do órgão, explica que, além de extensa pelo país, é a primeira vez em anos de monitoramento que se observa uma seca tão longa.

Cronologia da seca

Os primeiros registros foram feitos em junho de 2023, com a chegada do El Niño, que mudou os ciclos de chuva pelo país.

Ali, a expectativa era de que o período chuvoso em outubro de 2023 pudesse amenizar o impacto, mas não foi isso que aconteceu. Com muitos bloqueios atmosféricos, que impediram que as frentes frias avançassem, o índice ficou abaixo da média em quase todo o país, com exceção do Rio Grande do Sul. A região Norte viveu a pior seca já vista até então.

No início de 2024, os especialistas estavam esperançosos por uma trégua, mas isso não aconteceu. O El Niño se encerrou, mas o aquecimento do Atlântico Tropical Norte, reflexo do aquecimento global, fez com que o padrão de chuvas continuasse alterado e, com isso, ela seguiu abaixo da média.

Enquanto tudo isso acontecia, o país bateu recorde de temperaturas máximas. Isso tornou tudo ainda mais seco porque faz aumentar a evapotranspiração, que é o movimento das águas dos rios evaporarem. Em geral, elas se transformam em umidade e, depois, voltam ao rio com chuva. Mas isso não estava acontecendo.

Cronologia da seca

Os primeiros registros foram feitos em junho de 2023, com a chegada do El Niño, que mudou os ciclos de chuva pelo país.

Ali, a expectativa era de que o período chuvoso em outubro de 2023 pudesse amenizar o impacto, mas não foi isso que aconteceu. Com muitos bloqueios atmosféricos, que impediram que as frentes frias avançassem, o índice ficou abaixo da média em quase todo o país, com exceção do Rio Grande do Sul. A região Norte viveu a pior seca já vista até então.

No início de 2024, os especialistas estavam esperançosos por uma trégua, mas isso não aconteceu. O El Niño se encerrou, mas o aquecimento do Atlântico Tropical Norte, reflexo do aquecimento global, fez com que o padrão de chuvas continuasse alterado e, com isso, ela seguiu abaixo da média.

Enquanto tudo isso acontecia, o país bateu recorde de temperaturas máximas. Isso tornou tudo ainda mais seco porque faz aumentar a evapotranspiração, que é o movimento das águas dos rios evaporarem. Em geral, elas se transformam em umidade e, depois, voltam ao rio com chuva. Mas isso não estava acontecendo.

*Dourados Agora