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Longe de sessão por medida protetiva, vereador vira alvo de quebra de decoro e mais 2 BOs

Denúncia de agressão contra vereadora de Bela Vista teve mais um capítulo nesta semana, com o vereador Francisco Gutierres (PSDB) virando alvo de comissão processante e mais dois boletins de ocorrência. Ele também está impedido de participar das sessões na Câmara, em função da medida protetiva em favor da vereadora Fabrizia Tinoco (Podemos).

Em sessão na noite de segunda-feira (25), os demais vereadores aprovaram por unanimidade o pedido de quebra de decoro que pode resultar na cassação do mandato do colega. A denúncia foi feita com base em boletim de ocorrência e exame de corpo de delito de Fabrizia, que relata ter sido agredida por ele enquanto cobrava a continuidade de uma obra do município. No episódio, ocorrido no dia 14 deste mês, Gutierrez teria interrompido a conversa dela com o secretário e a retirado da sala ‘arrastada pelos cabelos’.

Ainda na sessão da Câmara, foi rejeitado por unanimidade o pedido de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) movido por Gutierrez contra Fabrizia, por ela ter divulgado nas redes sociais vídeo da denúncia de agressão mencionando seu nome. O vereador não participou da sessão, em virtude da medida protetiva concedida pela Justiça à colega.

Após a votação, a comissão processante foi montada e terá 30 dias prorrogáveis por mais 30 para concluir os trabalhos. Foram escolhidos para compor a comissão os vereadores Hemerson Rodrigues (PSD), como presidente; Johnys Basso (DEM), para atuar na função de relator; e Ramão Paredes (DEM) como membro.

Xingamento em rede social

Com a denúncia inicial avançando, o caso de agressão em Bela Vista teve um novo capítulo. Durante entrevista da vereadora Fabrizia para uma rede de televisão, a imagem circulou em grupos de whattsapp e, em um deles, recebeu comentário ofensivo que seria do vereador Gutierrez.

O print que mostra o número dele xingando a vereadora e a jornalista circulou pelo município e resultou em mais dois boletins de ocorrência contra o vereador. Conforme o presidente da Câmara, Fabrizia fez o registro na Polícia Civil de Campo Grande e a jornalista na cidade onde foi feita a entrevista.

A reportagem tentou contato com a vereadora Fabrizia, mas ela não atendeu nem retornou as ligações. Já o vereador Gutierrez disse não ter conhecimento sobre as novas denúncias. Também preferiu não fazer nenhum comentário sobre a denúncia inicial nem sobre a decisão dos colegas de investigar o caso. “Eu não estou sabendo de nada, só sei que teve a votação. A comissão vai ter condições de apurar o que aconteceu. Não vou comentar nada não, vamos esperar a apuração”, finalizou.

Com os prints do xingamento de baixo calão circulando contra a vereadora e a jornalista, o próprio partido do vereador emitiu nota de repúdio em relação à conduta. Assinada pela Juventude PSDB, a nota diz que a postura inconsequente do partidário traz danos à imagem da legenda e ressalta demonstrar apoio a vereadora agredida.

*Midiamax