Policial

Condenado a 27 anos, traficante internacional do PCC cumpre 1 ano e é liberado pelo STF

Após pouco mais de 1 ano preso, saiu da cela na 6ª-feira (09), o traficante André Oliveira Macedo, o André do Rap. Ele estava condenado a 27 anos de prisão. André deixou a Penitenciária de Presidente Venceslau (SP) durante a manhã do dia 9, e agora está foragido. O caso é que ele ganhou benefício de habeas corpus expedido pelo ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Porém, no sábado 10 de outubro, o também ministro do STF, Luiz Fux, suspendeu a decisão. Por entender que tratava-se da liberação do homem que é forte no Primeiro Comando da Capital (PCC).

André do Rap teve a prisão temporária decretada em abril de 2014, junto com outros 10 suspeitos, após a deflagração das Operações Hulk e Overseas pela Polícia Federal. Ele foi preso em 15 de setembro de 2019, após passar cinco anos foragido. À época, ele foi encontrado pela polícia em uma mansão em Angra dos Reis (RJ).

O delegado Fábio Pinheiro, da Divisão Antissequestro do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), disse ao ESTADÃO que André do Rap é um dos principais líderes do PCC no tráfico internacional de drogas. Acusado de comandar o esquema de envio de drogas da facção à Europa, principalmente à Itália, através de navios que saíam do Porto de Santos, no litoral sul paulista.

Aos 42 anos, o patrimônio de André do Rap é avaliado em R$ 17 milhões. Ele se apresentava como agente de artistas e jogadores de futebol para disfarçar o dinheiro do tráfico de drogas. Na prática, ele é acusado de articular negócios entre o PCC e traficantes estrangeiros, como o grupo ‘Ndrangheta, máfia da Calábria, no sul da Itália, que recepcionava as drogas que saíam do Porto de Santos e eram redistribuídas na Europa.

Na 6ª-feira, o ministro Marco Aurélio atendeu ao pedido de habeas corpus feito pelos advogados de André. Em seu entendimento, houve excesso de prazo na prisão de Macedo, que foi detido em setembro do ano passado e não teria ainda uma sentença condenatória definitiva. Desde sua prisão em 2019, André já foi condenado em segunda instância a dez anos ao regime fechado, ainda passível de recurso. Ao todo, suas penas somam mais de 27 anos em regime.

Na suspensão da liminar de Aurélio, Luiz Fux, atendeu pedido apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que determinava sua volta “imediata” à prisão. O traficante, entretanto, já havia deixado a penitenciária.

“O crime organizado, nem mesmo com a prisão de seus líderes, é facilmente desmantelado. O que dizer com o retorno à liberdade de chefe de organização criminosa?”, questionou a Procuradoria. Após a decisão, André do Rap ainda não se apresentou à Polícia Civil de São Paulo, que montou uma força-tarefa neste domingo, 11, para recapturá-lo.

*Correio do Estado