Rita Carmen Braga Lima

AS OFICINAS DA CER-3

:.: Edição 05 de março de 2021 :.:
AS OFICINAS DA CER-3

Para abordar outros temas sobre a CER-3, que não fosse sobre o Educandário Cel. Felício, tive que sair do meu hábito pandêmico e recorrer a amigos que sei que também foram servidores em outras atividades.

 

É a segunda vez que entrevisto meu amigo Câncio Ferreira a fim de que ele me dissesse algo sobre seu tempo de trabalho na CER-3. Para tal, recorri à amiga Ivone Acosta Ferreira, esposa do nosso entrevistado, com a finalidade precípua de falar algo sobre seu trabalho enquanto servidor celetista da Comissão. Fiz uma ligeira visita aos amigos que não via desde o começo desta pandemia. Com a visão do amigo entrevistado desejamos objetivar uma ótica de serviço diferente do meu, como educadora. Querendo com isso que as pessoas vejam outro ângulo da Construção de estradas, pode-se dizer, o real ângulo da construção de estradas, que eu somente conheci pela presença das pessoas na minha vida. E que muitos viajem no tempo e no espaço em um retorno agradável aos bons tempos que vivemos nestes rincões da Pátria brasileira.

 

Como são conhecidos pela hospitalidade, companheirismo e gentileza, junto com a Ivone e o Câncio passamos momentos agradáveis recordando os velhos tempos em situações desconhecidas por mim, do meu trabalho na CER-3.

 

O dia começava chamando os militares e civis para o trabalho com a sirene que tocava três vezes: às 6 e 30, às 6 e 45 e ás 7 horas, quando todos deveriam já estar com as mãos na obra. Iam até às 11 horas e retornavam às 13 horas. Esse intervalo era o suficiente para irem em suas residências para o almoço com a família.

 

Recordou sua época de CER-3 e seu trabalho nessa OM, onde começou como mecânico aprendiz pois, na cidade não havia outro meio de trabalho, não fosse a construção das estradas de rodagem. O que foi uma bênção! Em seguida passou a mecânico. Desde o início do seu trabalho como aprendiz era contratado segundo as leis da CLT, com essa categoria. Sua seção era a S9 (Oficinas). Passando a mecânico foi enviado para a ALFA – ROMEU, em Xerém, Rio de Janeiro para cursos de aperfeiçoamento da mecânica para caminhões. Trabalho que desenvolvia há muito tempo e de onde tirara conhecimento valiosos para sua vida profissional, aprendendo com os colegas mais experientes. Os caminhões eram os famosos FENEMÊ (que foi uma lenda entre os melhores caminhões, os quais a CER-3 tinha em quantidade suficiente para atender às estradas que abria e mantinha abertas:  de Jardim para Bela Vista, Porto Murtinho, de Miranda para Corumbá e mais tarde de Maracaju a Jardim. (Esta faria um caminho mais curto entre Campo Grande à Jardim). Essas estradas eram apenas encascalhadas. Com um lastro que as preparava para em breve receber o tão sonhado asfalto.

 

Nas oficinas havia uma equipe encarregada do conserto e manutenção dos caminhões, uma de tratores e outra de carros menores, estes de utilização da chefia. Essa seção passou por várias chefias de militares como por exemplo, sob o comando do Sargento Antônio Carlos de Oliveira, tendo seu chefe civil o Sr. Alcides Viveiros.  Mecânicos como o Ladislau Pereira (Lalau), Félix Mareco, Domingos Evangelista, Djalma Serpa, entre outros. Eram mecânicos de caminhões à Diesel.

 

Os mecânicos de carros à gasolina eram outros como os senhores Leonardo Arguelho, Gilson Mariani, Calixto Benites (mais conhecido como Carlito).

Os mecânicos eletricistas do seu tempo: Nicanor da Silva, Onozor Silva, Martim Paniágua.

 

Muitos mecânicos de carros à diesel e à gasolina passaram por essa seção, mas, como o tempo passa e leva muita coisa armazenada em nossas memórias essas pessoas foram as lembradas pelo amigo Câncio Ferreira que tão gentilmente acedeu à nossa solicitação.

 

Prometemos que breve outras pessoas serão entrevistadas e aqui colocaremos com o maior amor tudo o que me disserem.