Rita Carmen Braga Lima

CATEDRAL NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

:.: Edição 08 de agosto de 2021 :.:
CATEDRAL NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

Não sou a melhor pessoa para abordar assunto tão interessante, importante e complexo. Interessante por tratar-se da nossa representação máxima no que concerne à igreja católica Apostólica Romana que representa. Importante por tratar-se de obra e produto da igreja Católica Apostólica Romana. Complexa porque sei que pontos de vistas diferentes vão surgir ao lerem este texto. Pois, cada pessoa tem uma ótica a respeito de determinado assunto.

 

Fui testemunha ocular da história da nossa igreja aqui em Jardim. Antes de mim, meu pai foi um católico atuante e dizimista presente com seus poucos recursos de assalariado. Sempre pertenci à Paróquia de Santo Antônio, todavia, participei com meus préstimos de professora da fundação da Catedral Nossa Senhora de Fátima como secretária das reuniões da diretoria. Fazia as atas e as irmãs pediam que eu só as fizesse e pusesse nome de outra pessoa como a secretária oficial, que era uma das irmãs. Aceitei fazer as atas onde nunca iriam o meu nome porque necessitava fazer algo pela minha igreja, já que os recursos pecuniários de uma professora sempre foram parcos, minha participação como dizimista sempre foi pequena.

 

O idealizador da Diocese foi o padre José Ferrero, que falava sem parar, por anos a fio sobre Jardim ser a sede de uma diocese. A maioria dos católicos da época (como eu) nem sabia o que era uma diocese. Padre José dizia que ele ia ser o bispo porque descendia de nobres italianos e a congregação dele o faria primeiro bispo. Pobre sonhador! Só errou em ser o bispo. Jardim tornou-se sede da Diocese, que foi desmembrada da de Corumbá e o primeiro bispo foi o mesmo que estava lá naquele bispado – Dom Onofre Cândido Rosa. Sei desses sonhos do padre José porque além de paroquiana ele me conhecia desde menina, enfim, um amigo particular.

 

O Padre Ernesto Arosio, italiano chegado aqui com essa intenção, isto é, de montar a Diocese nascente foi o primeiro Cura da Catedral (cura é o padre da catedral). O engenheiro responsável pela criação do projeto da obra ser construída foi o padre Lino Pedercine, também italiano, que não podia assinar os projetos, então a comissão da igreja contratou engenheiro de Campo Grande (se não estou enganada), para fazê-lo. O padre Lino Pedercine era padre na igreja da Paróquia de Santo Antônio, auxiliava o padre José Ferrero, que ainda vivia.

 

 A festa de instalação foi grandiosa, comparecendo todas paróquias que foram agregadas à nossa diocese, que antes pertenciam à de Corumbá (e imagino talvez alguma à Campo Grande). A posse de Dom Onofre foi na frente da catedral, com todo o povo católico das paróquias à frente. A missa de instalação foi magnífica, com coral e músicos e leituras distribuídas entre os fieis das outras paróquias. Foi muita gente de fora e daqui da cidade. Todos os padres e Bispo da Diocese de Campo Grande.

 

Portanto, a minha participação foi pequena para a instalação da Diocese. Contudo fui amiga particular de Dom Onofre, nosso primeiro bispo, tendo viajado em sua companhia, várias vezes, em particular para um retiro particular, em Bonito, quando discorreu-se sobre a Catequese, eu não podia estar ausente, uma vez que era a coordenadora da Catequese da Diocese. O meu amigo Dom Onofre dava-me conselhos quando eu solicitava e estava a par do que ocorria na minha família.