Rita Carmen Braga Lima

RUTH TELLES HORTA FELÍCIO DOS SANTOS

:.: Edição 04 de julho de 2021 :.:
RUTH TELLES HORTA FELÍCIO DOS SANTOS

Dona Ruth era assim conhecida e chamada pelos habitantes da nascente Jardim, ainda Vila Jardim a querida esposa do chefe da CER-3 Cel. Nélson Felício dos Santos. Querida por todos os habitantes deste Distrito de Bela Vista (nossa célula-máter). Dona Ruth, e seu esposo encabeçaram a lista de servidores civis e militares da unidade sediada à esquerda do Rio Miranda, acampamento da unidade para construir a igreja de Santo Antônio, nossa Matriz. 1946, estava sendo fundada a Vila Jardim e em seguida foi começada a obra da igreja, em 1949 já estava sendo inaugurada, com a primeira missa.

 

Dona Ruth era uma mulher admirável, comandava sua casa e dava aulas de catecismo para a preparação para a primeira eucaristia. Fazia piqueniques à beira do Rio Miranda, local onde hoje tem um Clube de militares. Por esse motivo, os habitantes de Jardim sempre acharam que essa parte da margem do rio pertencia a todos. Até hoje não nos acostumamos com essa ideia de clube exclusivo. E que para chegar lá precisamos pagar.

 

Ela tocava o órgão que adquiriram para a igreja. Ensinava todas as crianças a cantar os hinos sacros, levava o coral da igreja como uma verdadeira maestrina, onde as pessoas da comunidade cantavam, feliz e animadamente, encorajadas por essa brilhante mulher. Ela foi, verdadeiramente, a primeira mulher que labutou pelo engrandecimento de nossa cidade. O maestro Scaramuzzi a auxiliava, tocando o órgão e ensaiando com ela o nosso belo coral que era composto da Luizinha Pereira da Cruz (que tenho orgulho de dizer que é minha prima, filha da minha tia Idalina, irmã do meu pai) e da minha mãe – Araci Victório Braga que também cantava nesse coral. Eram duas vozes aveludadas dessas duas pessoas que moram no meu coração. Dois rouxinóis que somente foram conhecidas pelo nascimento do coral da igreja de Santo Antônio.

 

Dona Ruth nasceu em Diamantina,MG, em 26 de dezembro de 1916, filha do minerador de diamantes e depois farmacêutico Hely e de Esmeralda Telles. O meu informante dessas lembranças é o filho do casal Nélson e Ruth – Hilton, que contou ser a primeira lembrança que tem da mãe data de 1944, quando tinha 4 anos e viviam em Bicas do Meio, a 22 km de Itajubá, sul de Minas Gerais. O pai e esposo de Ruth, o capitão Nélson Felício dos Santos na época, chefiava a construção de uma barragem de concreto.

 

Em todos os lugares em que viveu, dona Ruth foi a esposa de um engenheiro oficial do exército. Isto é, sendo a mesma pessoa da forma que viveu em Jardim (onde residiu por oito anos) procurando realizar a integração com a comunidade, organização de coros, piano na igreja e coroações de Nossa Senhora com as crianças, com ajuda desprendida a todos que a procurassem. O filho diz que os anos em Jardim marcaram a mãe profundamente, bem como a todos da família, pela amizade e dias felizes em que viveram aqui.

 

A CER-3, sob a batuta de dona Ruth organizava natais maravilhosos que enchiam os olhos da criançada. Com farta distribuição de brinquedos, variados e duráveis. Cestas de natal aos pais compostas de doces e compotas natalinas, pães, castanhas, uvas, uvas-passas, etc. dados pela CER-3.

 

Dona Ruth foi uma grande mulher, grande primeira dama, grande mãe entre outras coisas que ela fez com maestria.