Cartão-postal de Salvador, monumento feito por Mário Cravo Júnior é destruído por incêndio
A ‘Fonte da Rampa do Mercado’ ou ‘Monumento à Cidade de Salvador’, como é conhecida uma das mais emblemáticas obras do artista baiano Mário Cravo Júnior, foi destruída por um incêndio na tarde deste sábado (21).
Localizada na Praça Cayru, entre o Elevador Lacerda e a Baía de Todos-os-Santos, no bairro do Comércio, a escultura era uma das mais conhecidas do artista e um dos principais cartões-postais da capital baiana. A obra foi construída na década de 1970 e era formada por fibra de vidro.
Após o incêndio, restaram apenas as estruturas de metal que sustentavam a fibra. Todo o resto foi consumido pelo fogo. Ainda não se sabe o que provocou o incêndio.
Vídeos feitos por pessoas que passavam no local mostram a intensidade das chamas. Além do fogo alto, muita fumaça se formou no local.
O Corpo de Bombeiros Militar da Bahia esteve na praça onde fica o monumento, mas, segundo testemunhas, o fogo apagou antes mesmo da ação, depois de destruir a fibra.
A área ao redor do monumento está em manutenção, e, por isso, estava fechada com tapumes. Quando os bombeiros militares chegaram no local, parte do material foi removido para permitir a aproximação.
Em nota, a Prefeitura de Salvador lamentou o caso e informou que vai reconstruir o monumento, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), que é ligada à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult).
Segundo o comunicado, o projeto original da obra será usado para a reconstrução. O material será doado pela família de Mário Cravo Júnior para a Prefeitura.
Na nota, a Prefeitura informou ainda que está à disposição dos bombeiros e da polícia para auxiliar nas investigações sobre as causas do incêndio.
Além de ser enviado para a imprensa, o teor do comunicado foi publicado nas redes sociais pelo prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).
Legado de Mário Cravo Júnior em Salvador
Mário Cravo Júnior morreu em Salvador aos 95 anos, no dia 1º de agosto de 2018, em decorrência de falência múltipla dos órgãos, após uma pneumonia.
O artista tinha 95 anos e era o último modernista baiano vivo. Com obras eternizadas em museus e espaços abertos no Brasil e no exterior, ele deixou um verdadeiro legado em Salvador.
Monumentos feitos por ele estão em pontos turísticos, no centro e na orla da cidade, e em avenidas e prédios públicos. Cada obra com formatos e representatividades diferentes.
Além do monumento destruído neste sábado, há também “A cruz caída”, que fica na Praça da Sé, no centro da cidade. Bem próximo do Elevador Lacerda, o ponto é um dos locais mais visitados por turistas, que usam a obra como cenário para fotos.
*G1